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sábado, 28 de março de 2009

“Ah, esse coqueiro que [não] dá coco...”


O desenvolvimento cultural brasileiro está passando por um processo de desaceleração muito perigoso. As grandes explosões culturais estão se apagando e não foram substituídas por tendência alguma.
É como se o Tropicalismo, por exemplo, não tivesse exercido impacto algum sobre a população; todos sabem o que é e quando aconteceu, mas ninguém assimila sua essência e o porquê de ter existido.
A Semana de Arte Moderna de 1922 então, é um acontecimento tão distante que parece ter ocorrido no período pré-histórico.
Não me atrevo a discutir a importância do Tropicalismo nem da Semana de 22; mas acontece que, sem a maciça participação do povo, esses movimentos não passam de acontecimentos isolados. Grandes mudanças não são feitas sem a massa.
No quinto século antes de Cristo, as grandes perguntas de muitos filósofos gregos eram: “O que é cultura? O que é natureza?”. Ora, Atenas fica no cruzamento entre África, Europa e o Oriente, portanto seus filósofos estavam diante de toda a diversidade cultural conhecida. Permitiram-se absorver influências de toda essa diversidade e diferentemente do Brasil hoje, não se limitavam a copiar nada, eles sabiam qual era a cultura deles, assimilavam o que estava em volta e produziam as mais diversas formas de arte. É isso que falta acontecer aqui.
Assim como Atenas, muitas cidades desenvolveram sua cultura, tiveram seu momento de glória e são até hoje respeitadas por isso, por terem colaborado com o desenvolvimento cultural do planeta. Foi assim com Veneza durante a Renascença, Londres no século XIX e Nova York no século XX.
São Paulo é a cidade mais cosmopolita do país e possui um movimento artístico extremamente desenvolvido, mas sem a participação da grande massa. E quanto à identidade cultural, apesar dos esforços de poucos, continua dormindo atrás do eterno pudor que temos de ser brasileiros.

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